Sound Branding, muito além de um Sound Logo
O som já faz parte do cotidiano de muitos players, mas ainda é subestimado na estratégia de marcas, produtos e serviços.
A expressão Sound Branding vem ganhando destaque no universo das marcas, principalmente num cenário de grandes players, onde a competição é ainda mais acirrada e cada ponto ganho na tentativa de soar única e memorável é motivo de comemoração. Mas o que exatamente diferentes líderes entendem pela associação entre branding e som?
No início de 2022 fomos em frente com nosso propósito de gerar consciência sonora e endereçamos um workshop com o intuito de alfabetizar o mercado quanto ao uso do som de forma mais estratégica e holística. A cada conversa com diferentes lideranças de grandes marcas dos segmentos mais variados nos deparamos com profissionais com vontade de inovar, mas que desconheciam ou mesmo não se sentiam à vontade em opinar sobre som. Em geral, quando não temos conhecimento ou intimidade com determinado assunto, é totalmente normal termos uma percepção distante ou subestimar as reais fortalezas que o cercam. E assim começamos a identificar que a expressão Sound Branding precisava ser desconstruída para então ser mais bem compreendida por atores que se colocam a favor de construir marcas fortes e icônicas.
Talvez você, que esteja direta ou indiretamente a frente da construção da sua marca, também faça essa associação direta entre Sound Branding e Sound Logo, assim como muitas lideranças, mas garanto à você que há muito mais por trás de um estudo de branding e som do que nossos ouvidos e mentes possam imaginar. E quando descobertos, esses códigos sonoros podem amplificar exponencialmente a interação com sua marca, produtos e serviços. Segundo um estudo* publicado em 2023, que avalia o uso do som por parte de grandes marcas com atuação global, 7 das 10 marcas mais eficientes contam com mais do que apenas um logotipo sonoro dentro da sua estratégia sonora. E está comprovado que a definição de uma identidade sonora amplifica sua presença em vários pontos de contato de forma consistente.
O som já faz parte do cotidiano de muitos players, mas ainda é subestimado na estratégia de marcas, produtos e serviços.
Pense na sua jornada diária, por exemplo. Em cada rito da sua vida o som está presente, inclusive quando está dormindo. Seja em casa, na rua, no trabalho, em uma loja, onde for, você está ouvindo o tempo todo e sendo impactado por diferentes fontes sonoras, incluindo marcas. Mesmo a ausência de som também é um código importante.
Um exercício interessante, onde eu percebo o impacto do som é quando viajo pra fora do Brasil, por exemplo. É muito interessante quando você vai para outro país, ainda mais em outro continente. Quanto mais distante, mais a etnografia sonora do local soa única e diferente. Sonoridades que invadem a sua mente como o novo idioma e até mesmo os sons das ruas e gostos musicais locais. Podemos sentir se a nova cidade é mais silenciosa ou ruidosa.
Quando retornamos também é algo reconfortante. À medida que regressamos da viagem e nos aproximamos do local onde vivemos, os códigos sonoros soam mais e mais familiares e prazerosos. Agora pense nesse contexto e traduza para o universo das marcas. Quais são os sons que a identificam de forma singular e memorável? E quais soam de forma distante ou mesmo genéricos? Como outros players que concorrem com você se utilizam do som? E quais são as oportunidades que podem ser exploradas aqui? Estas são apenas algumas das perguntas chave que fazemos em nossos projetos de estratégia sonora e que muitos gestores não estão preparados para responder. Pensar que a identidade sonora de uma marca se traduz apenas em um Sound Logo, é desconhecer a potência de um sentido que está intrinsecamente presente em nossas vidas mesmo antes de nascermos. O primeiro passo é abrir a escuta.
(Re)think design through sound
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*Estudo amp_ BestAudio Brands-202