Como dar voz a sua Inteligência Artificial?
Em um futuro bem próximo, parece estranho não imaginarmos que as pessoas falarão com seus carros, eletrodomésticos ou mesmo terão uma nova experiência de compra. Como uma marca, o que você vai dizer de volta?
Com um mercado previsto de $127 bilhões de dólares até 2024, o impacto da tecnologia de voz está apenas começando a se inserir na vida dos consumidores e compradores – oferecendo novos tipos de interação, oportunidade para engajamento e conexões mais próximas e pessoais. Além dos podcasts, a próxima geração de interação de áudio entre pessoas e marcas está na inteligência artificial e no crescimento da “internet das coisas”.
Amazon, Apple e Google já possuem a sua voz própria e preenchem o cotidiano de seus clientes ao redor do mundo, fornecendo todo o tipo de interação com atualizações de informações ou como assistentes funcionais que facilitam a vida. O mercado para esses assistentes digitais com autonomia de AI continuará a se expandir. É um cenário que está avançando rápido e as pessoas estão usando cada vez mais. Mas a ideia é que os computadores inteligentes se adaptem às pessoas e não o contrário, porém estamos num ponto em que os usuários devem aprender comandos e tipos de interação para que a tecnologia evolua a ponto de se tornar mais natural.
Hoje, a voz é mais importante do que nunca, porque há muito mais pontos de envolvimento potencial. Pense na interação de áudio que está acontecendo através da conexão entre nossos eletrodomésticos e residências, por exemplo. E os gestores de marca precisam aproveitar ao máximo esse momento. Entretanto, o cuidado é entender que há um processo natural de humanização acontecendo por parte das marcas em relação aos diferentes atores que as cercam. E naturalmente, isso se reflete no padrão vocal dessa nova geração de robôs que estão nascendo dia após dia e que acabam por representa-la em diferentes pontos de contato. E a personalidade dos assistentes virtuais está se tornando tão importante quando suas funcionalidades. Os desenvolvedores de inteligência artificial (IA) estão explorando este relacionamento ao trazer traços de personalidade aos produtos, o que acaba por estimular a lealdade de seus clientes. Não é por acaso que um dos primeiros pontos que levantamos em nossos projetos de VOICE AI é justamente entender a essência da marca para qual estamos trabalhando. A partir daí, desenhamos, de forma colaborativa, qual persona essa voz irá representar apontando suas características intrínsecas que darão um tom único a ela. É interessante perceber, em grupos focais realizados por nossa equipe, como pessoas de diferentes perfis e grupos sociais se identificam com padrões vocais específicos criando uma conexão emocional imediata. O grande ponto aqui é saber traduzir esse contexto, no qual denominamos em nossa abordagem de Sound Thinking como Psicodinâmica Vocal da Marca, em características da fala que deverão estar presentes nessa construção.
Se o foco é humanizar as marcas, precisamos entender as diferentes situações e públicos em que essa voz estará interagindo e compor esse desenho vocal de forma real e não sintetizada. Pois poder se diferenciar em termos de personalidade e ter uma voz única trará um diferencial substancial para qualquer Marca que queira realmente construir seus próprios códigos sonoros. Uma pesquisa dos EUA feita pela Invoca em 2017 apontou que 73% das pessoas que usam assistentes de voz fizeram uma compra diretamente através de seu dispositivo, e 39% disseram que uma interação com um assistente de voz influenciou uma decisão de compra no último mês. E que quase uma em cada quatro pessoas que usam dispositivos assistidos por voz está ligando para as empresas com mais frequência, criando novas oportunidades através do som. Está claro que as agências e as marcas precisarão ficar mais inteligentes em relação à operação nesse mundo ativado por voz. O uso inteligente do som, pensado de acordo com a jornada de diferentes atores, tem uma incrível oportunidade de dar vida às nossas marcas de maneiras distintas, envolventes e únicas.
Enquanto ainda no útero, o feto responde à voz de sua mãe – o ritmo cardíaco afetado pelo ritmo e tom dos sons que ela faz. Mesmo antes de a tecnologia e a mídia tornarem o som uma experiência em massa, a voz desempenhou naturalmente um papel importante em nossa evolução e vida. Algo que define nossas experiências mesmo antes do nascimento. Não é de hoje que interações individuais com computadores, televisão, e novas mídias são fundamentalmente sociais e naturais. O grande diferencial, cada vez mais, será se destacar em meio a uma celeuma, de vozes humanas ou não, que buscarão se conectar com você, esteja aonde estiver.