RESSOAR: é hora de perceber para transformar
Você precisa abrir a escuta e perceber o mundo a sua volta.
Um dos sons mais marcantes e que acompanha a humanidade ao longo de séculos é o som do inconfundível do sino e faz ressoar até hoje.
Uma história que começa na China cerca de 3000 a.C e carrega diferentes simbologias ao longo da história, desde seu uso para avisar a chegada de inimigos em tempos de guerra, devido ao fato do som poder ser captado a quilômetros de distância, até diferentes ritos religiosos ao redor do mundo com seus diferentes significados. Mas, segundo o autor Murray Schaffer, imaginar todos esses cenários visualmente ao fechar os olhos exige menos trabalho do cérebro humano do que preencher essas paisagens com os possíveis sons a serem encontrados por lá. Isto porque no decorrer da modernidade, a percepção passou a privilegiar o imagético e colocar de lado o ambiente sonoro. No universo das marcas, não é por acaso que o estudo chamado Power of Sound, realizado pelo Grupo HAVAS, estima que 83% da publicidade global se baseie quase exclusivamente no sentido da visão. Mas o fato é que o som está presente no inconsciente coletivo há milênios e introjetado de formas diferentes em cada cultura. Está associado a diferentes arquétipos e pode nos conectar, acalmar, alertar, seduzir ou mesmo irritar e até afastar muitas vezes.
Em tempos atuais, uma celeuma de estímulos se sobrepõem a todo instante e ajudam a acelerar nossa fadiga mental, onde tudo e todos parecem pedir sua atenção. É como se você estivesse em uma sala fechada com diversas pessoas falando com você ao mesmo tempo, muitas vezes em um volume alto. Segundo um estudo realizado pela Soundthinkers com mais de 300 brasileiros em 2020, 78% das pessoas já se sentiram incomodadas em relação a ruídos e 54% mais cansados a toda essa exposição sonora. Dos sons da natureza as cidades, com suas buzinas, aglomerações de pessoas conversando, celulares tocando, motores funcionando e obras acontecendo por todo o canto, sem nenhum controle sonoro. Algumas cidades já possuem alguma fiscalização, mas a maioria sofre com altos índices de poluição sonora que afetam a saúde mental da população.
Mesmo enquanto estamos dormindo, somos impactados por ruídos que insistem em nos colocar em estado de alerta. O ruído é um dos sincronizadores ou perturbadores do ritmo do sono mais importantes. Distúrbios do ritmo do sono produzem sérios efeitos na saúde mental. Com o crescimento do home office aumentaram também as reclamações de barulho em condomínios, onde, segundo dados do mesmo estudo, 70% dos entrevistados consideram o local de trabalho um ambiente com experiências sonoras negativas. Impacto negativo não somente em nossa produtividade como qualidade de vida. Sem muitas soluções, com muitas vozes acontecendo ao mesmo tempo, somos invadidos por manifestações sonoras de todos os lados (e plataformas) a todo instante.
E quanto às Marcas?
O termo Human-Centered soa repetidamente em muitas reuniões de trabalho. Quando pensamos em como as marcas buscam criar conexão através do som de seus produtos e serviços, ou mesmo pela forma como se comunicam, esse modelo de pensar e agir, colocando as pessoas no centro, ainda fica restrito a um viés conceitual. O som ainda não é pensado de forma estratégica e muitas vezes possui conceitos subjetivos e desconectados da realidade de usuários ávidos por uma ótima experiência. Como prova disso, para 50% dos brasileiros, o som de equipamentos gera incômodo e o ruído gerado pela própria equipe e maquinário em ambientes físicos mais perturba do que gera engajamento de clientes e principalmente colaboradores. São dados extraídos de estudos realizados pela Soundthinkers e demonstram claramente que o mercado ainda é muito visual, sem perceber que o impacto que o som gera é imenso e com muitas possibilidades a serem exploradas. Ações e campanhas publicitárias também andam nessa esteira, onde soam por vezes estereotipadas e não refletem códigos culturais locais, com seus contextos musicais e de sotaques que geram uma infinidade de possibilidades de sons, diferentes timbres e tessituras, além da variedade rítmica, de gêneros e crenças. O fator OMNI, também muito citado por diferentes áreas e gestores, traz à tona a reflexão se uma Marca cria consistência frente a diversos canais ou perturba pessoas em meio a um emaranhado de pontos de contato, sem perceber de forma holística como isso ocorre na prática.
Ressoar nasce com o conceito de BIO CENTERED e como uma extensão do propósito da Soundthinkers de promover a consciência sonora e ajudar a transformar marcas, negócios, pessoas e a sociedade como um todo através do
Ressoar nasce com o conceito de BIO CENTERED, ou seja, com foco em gerar impacto positivo para pessoas, marcas e negócios. É uma extensão do propósito da Soundthinkers, de promover a consciência sonora para gestores das mais variadas marcas e setores, agentes públicos, instituições de ensino e pessoas em geral.. Um movimento com o intuito de fazer perceber que todo esse contexto funciona na verdade como um grande ecossistema, onde todos precisam abrir a escuta e dialogar para criar harmonia uns para os outros. É um convite para inovar e repensar o mundo através do som.
É hora de perceber para transformar.