O som é um elemento fundamental quando a pauta é repensar e fortalecer o posicionamento da sua marca.
Pessoas e marcas estão sempre em evolução e precisam estar alinhadas para estarem conectadas. Mas não basta construir produtos e serviços adequados às expectativas do mercado. É preciso saber contar histórias, reforçando atributos de forma clara e integrada em todo o arco narrativo da marca, ou seja, tornando congruente cada ponto de contato.
Em geral, quando marcas passam por um momento de rever seu posicionamento, precisam reordenar todo esse espectro e isso, em geral, culmina em adotar uma nova linguagem e até um viés atitudinal apontando para esse novo lugar.
O papel estratégico do som no rebranding
Em mais de 20 anos à frente da Soundthinkers, liderando grandes projetos de branding e rebranding para marcas locais e globais, pude perceber que nesse rito de construção ou reconstrução há um hábito que precisa ser modificado por parte de diferentes líderes no que se refere a traduzir o posicionamento estratégico apenas em elementos visuais e verbais.
Deixam de lado um recurso importante e que está 100% presente no cotidiano de seus clientes, colaboradores e parceiros: o som.
Sem uma estratégia sonora, o novo momento da marca — e, por consequência, o Brandbook — nasce sem diretrizes que envolvam o papel do som nessa jornada. E todos sabemos o quão importante é o momento de disseminar uma nova estratégia de marca e o quanto se perde ao longo do caminho na tentativa de envolver (e convencer) diferentes times de que o caminho escolhido é o melhor a ser seguido.
Quanto mais claro e coeso esse movimento for, mais chances teremos de implementar com sucesso esse novo ciclo frente a diferentes públicos, incluindo as agências de publicidade que atendem à marca.
Elementos sonoros e a construção de uma estratégia de rebranding
A estratégia sonora em um rebranding pode incluir diferentes elementos que trabalham juntos para construir uma identidade forte.
Pense no storytelling da sua marca e por onde ela estabelece diferentes conexões — mesmo que pontuais — com diferentes públicos através do som:
Na comunicação, passando pelo equilíbrio entre elementos musicais, vocais e não musicais em peças publicitárias e stories da marca.
No atendimento ao consumidor, onde a qualidade sonora de cada chamada, o uso de vozes off e on, assim como ruídos de fundo, impactam positivamente ou negativamente.
No produto, com sons que criam gatilhos importantes na percepção de valor ou mesmo na usabilidade.
Em ambientes físicos, como lojas. Aqui, o grau de inteligibilidade, o nível de agradabilidade, a sonorização e o tipo de conteúdo projetado definem a experiência.
O grau de cuidado com que o som será pensado irá potencializar (para mais ou para menos) a percepção e conexão de memórias positivas com a sua marca. Pense nisso.
Como criar uma estratégia sonora consistente
Para que o rebranding sonoro seja bem-sucedido, é preciso que haja uma estratégia bem definida por trás. Isso inclui:
Definir um novo DNA sonoro que reflita os valores e a identidade renovada da marca.
Estabelecer de forma estratégica o território musical, vocal e não-musical da marca.
Só após isso, endereçar manifestações sonoras como sound logo, curadoria musical ou conexão com artistas de cenas locais.
A lógica é alinhar todo o ecossistema da marca através do som, independentemente do ponto de contato. Documentar essa estratégia em um guia sonoro e disseminá-lo de forma clara junto aos diferentes atores no entorno da marca irá facilitar a manutenção da consistência ao longo do tempo.
Sonoridade: um fator de conexão emocional
Quanto mais pontos soarem de forma congruente com o que a marca deseja realmente promover, mais você irá fortalecer seus atributos.
Se todos esses elementos estiverem dentro de uma mesma estratégia — e dentro de uma paleta sonora cuidadosamente pensada — conversando com aspectos visuais e verbais, mais potente será o uso desse sentido.
Mas atenção: se não administrado holisticamente, esse fator pode se tornar inversamente proporcional. Ou seja, quanto mais manifestações sonoras da marca forem dissonantes, mais você irá enfraquecê-la, criando ruído em relação ao que quer realmente manifestar.
O futuro do rebranding será (ainda mais) sonoro
Em resumo, o rebranding é um processo essencial para marcas que desejam se reinventar e fortalecer sua identidade no mercado. Muitas vezes, as empresas focam apenas em mudanças visuais e verbais, deixando de lado esse elemento crucial para a percepção do público: o som.
Integrar uma estratégia sonora ao novo posicionamento de marca é um diferencial poderoso. Ajuda a criar conexões emocionais mais profundas e reforça a identidade da marca de forma única.
Se você está passando — ou irá passar — por um processo de rebranding, precisa considerar o som como parte fundamental dessa transformação. Além de ativar memórias e despertar emoções, ele será um fator determinante na diferenciação da sua marca em mercados altamente competitivos.
Sabemos que há limitadores de aprendizado em relação ao tema, pois o mercado ainda se ocupa — e muito — com o aspecto visual. E é por isso que queremos promover a consciência sonora e ajudar diferentes líderes a ressignificarem suas marcas através do som.
Seguimos na escuta. )))’